Sabemos que a base da defesa aérea do Brasil é composta por 57 caças F-5EM/FM da FAB, que após 38 anos ainda se mantem firmes na defesa da Pátria. Devido a demora na decisão da escolha do programa FX-2, a decisão de reformar a frota de F-5E era extremamente necessária, pois esses devem ficar em serviço ativo até 2025. Após o programa de reformas, ainda em andamento, o F-5E caça de 3° geração, passa a receber novos eletrônicos (incluindo o cockpit) e armas.
Dentre os novos eletrônicos destaca-se o novo radar Grifon-F com alcance de 148 km contra alvos navais de grande porte. O Grifon pode localizar alvos aéreos a grande altitude até 75 km e alvos voando baixo a cerca de 50 km.
Como destaque no armamento, o F-5EM recebeu a opção de operar novos mísseis de origem israelense, superiores em desempenho aos antigos Sidewinder e Piranha. Dentre as novas armas o míssil Derby se destaca devido à sua capacidade BVR e seu radar ativo.
A capacidade de combate e localização de alvos foi aumentada significativamente, pois os mísseis anteriores tinham somente orientação infravermelha e alcance de cerca de 10 km.
O cockpit clássico da década de 70 foi substituído por um moderno complexo de MFD, característico de caças de 4° geração da década de 90 e 2000.
Com o upgrade nossos "guardas" recebem agora a orgulhosa designação de caça de 4° geração.
Porém o nosso F-5M não é o único dos "velhinhos" a receberem um upgradepara uma vida nova. Os Mig-29 e Mig-21 de fabricação soviética e utilizados por vários países mundo afora também receberam novos radares, armamentos e até tanques conformais como o caso do Mig-29SMT.
Como os F-5E os Mig-21 Bis também necessitavam de um upgrade nos sistemas eletrônicos, cockpit e armas. Na foto acima, um Mig-21 Bis da Força Aérea Sérvia apesar de poder transportar 2 mísseis além da carga dos F-5E, seu alcance é limitado a somente 8 km.
Acima o Mig-21 Bison, a serviço da Força Aérea Indiana após o upgrade. Sua capacidade de míssil foi reduzida, porém com os novos mísseis R-77 e R-73, a capacidade de combate aumentou para 40 km com mísseis IR e 80 km para mísseis guiados por radar ativo.
Novos mísseis também necessitavam de um novo radar, o modelo em uso no Mig-21 Bison é o russo Kopyo-M, projetado para o Mig-21-93 e capaz de rastrear até 10 alvos e engajar até 2 alvos diferentes e independentes.
O upgrade não parou aí, seu painel também foi modificado para o padrão dos anos 2000 e para operar mísseis de longo alcance como o R-77.
Não só a Índia modernizou seus Mig-21, a Força Aérea da Romênia também na impossibilidade atual de adquirir o caríssimo Eurofighter Typhoon, modernizou seus Mig-21 em Israel, e como o Bison indiano, o atual Mig-21 Lancer é capaz de se equiparar aos modernos caças de 4° geração.
O Mig-21 Lancer romeno substituiu os antigos R-60 soviéticos de 8 km de alcance por mísseis franceses, americanos e israelenses. Apesar de nada existir sobre a questão, devido ao uso de tecnologia israelense, é bem provável que o Lancer seja capaz de operar o míssil Derby, assim como o nosso F-5EM.
Com 26 usuários por todo mundo e 28 anos desde que entrou operacional na Força Aérea Soviética, o Mig-29 é considerado ainda como um caça de 4° geração, mesmo que muitos ainda operem com equipamento antigo (mísseis e aviônicos), e sejam assim inferiores a maioria dos caças ocidentais atuais.
O upgrade do Mig-29 foi mais radical que nos outros modelos citados. Sua modernização mudou não só seus eletrônicos e armamentos, mas também sua aparência externa.
Com a adição de um grande tanque de combustível conformal em suas costas, o Mig-29SMT ficou assim com uma "corcova" maior que a do seu antecessor, o Mig-29S.
Além da Rússia, a Índia e a Argélia também se propuseram a modificar seus Mig-29 para o padrão SMT.
Acima um Mig-29UPG (upgrade) recentemente entregue à IAF.
Acima, ainda na fábrica, um Mig-29UPG à ser entregue a Força Aérea da Argélia.
Como nos dois modelos anteriores, o cockpit também é totalmente modernizado.
Em um comparativo rápido, nosso F-5EM/FM com relação ao desempenho, onde considero a velocidade máxima a 11000 m e o alcance máximo de traslado.
Acima o comparativo dos novos radares e mísseis de longo alcance. Um detalhe que merece ser comentado é que o Mig-29SMT pode transportar dois mísseis a mais que os outros modelos descritos.
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